sexta-feira, 29 de junho de 2007
Impressões jornalísticas
Me importa, o quê, quando ,onde e por quê?
Não me importa as sensações suscitadas
Me importa quantas pessoas estavam lá
Não me importa em conhecer pessoas e fazer amizades
me importa qual foi o investimento do projeto
Não me importa o cosmos, os astrólogos e numerólogos
Me importa os políticos, as autoridades e entidades
Não me importa mais o implícito, a palavra não dita
me importa o relato, as provas e as conseqüências
Porque não sou mais poeta, agora sou pauteira.
domingo, 10 de junho de 2007
Insubstituível
Os relacionamentos interpessoais sofreram grande influência com a era da informática. Antes, as pessoas redigiam cartas, hoje em dia, digitam e-mails. Estes podem ser mais impessoais e “frios” segundos os mais românticos, mas expressam a realidade em que vivemos.
De um tempo para cá, tudo se informatizou; e com os relacionamentos não haveria de ser diferente. Lutamos contra as horas, e com a chegada da Internet tivemos a possibilidade de “teclar” com inúmeros amigos ao mesmo tempo. E, ainda conseguimos escutar música, ler recados e conversar com conhecidos, tudo no mesmo instante. Ela virou nossa aliada. Podemos escolher, por exemplo, o apartamento onde morar sem sair de casa. E também fazer compras.
Acredito que a relação entre os internautas é bem parecida com a da vida real. Muitos casais se formam na rede, e diversas amizades perduram. Porém, neste mundo conhecido como virtual não se tem o contato de toque – essencial em qualquer relacionamento, seja de amizade ou namoro. Porque mesmo com o tempo curto e mil tarefas a cumprir, não inventaram um abraço cibernético.
Nem tudo mudou
O texto a seguir escrevi há um tempo atrás, achei ele aqui no "Meus Documentos" e resolvi compartilhar com vocês. Boa leitura!
Com o passar do tempo tudo muda ao nosso redor, o século XXI está começando e suas portas estão sendo abertas com sensores, não mais com cadeados pesados. O que dita a estética, a ética, as ideologias transformou-se e, mesmo que confusos, aderimos aos parâmetros que melhor se adecúam à nossa personalidade. Mas tem algo que independe dos novos conceitos e nunca sai de moda: o amor. Este sentimento é universal, seja em 1500 ou 2004, ele sempre existirá. Amar nos faz transformar-nos, acabar com o nosso egoísmo e muda a realidade – se bem que os amantes parecem viver num mundo irreal. Uma vez um amigo me disse: “Tenha os pés no chão, mas não tão no chão”. Eu não entendia, mas agora compreendo.
Amar é como estivéssemos flutuando e tudo fica mais bonito, qualquer coisa que nos falam torna-se mais profunda, os filmes ficam mais emocionantes, as canções mais divertidas. E o novo século trouxe outras possibilidades e formas de amar, como o namoro virtual. Ama-se de verdade, embora que de uma maneira diferente. Conhece-se muito bem o amado, mas não se pode tocar nele; os carinhos somente vêm por meio de palavras. Mas é amor também, porque este não tem medida, nem regras e nem limite (nem mesmo o geográfico). É o amor alternativo.
Os artistas costumam fazer um troca-troca de amores. O “caliente” casal Tom Cruise e Penélope Cruz não estão mais juntos. E assim, muitas outras histórias parecidas acontecem. Diversos pares bonitos se desfazem. Aparecem juntos numa revista e, de repente, surgem separados noutra. E assim por diante, pois “a fila anda” !
Mesmo que mais liberado, mais diversificado, mais rápido, mais urgente, o amor está em qualquer lugar, basta buscá-lo e cultivá-lo. Sua existência perpetua para nós podermos sentir o sabor doce que a vida tem. Mas não o doce de uma fruta cheia de agrotóxicos deste século, e sim, o doce do mel – tão vigoroso e antigo quanto o sentimento de amar.
Cai fora
É cheia de respostas
Fotos, festas, bolsas
é cheia de si
E isso enche as pessoas a sua volta
nem nota
Só enxerga o que convém
Não vai além
Se acomoda
Me incomoda
Cai fora
Cansei
É cheia de roupas e xampus
Caras e bocas
Cheia de chantagens emocionais
Mas a cabeça é vazia
Pára de mexer no teu cabelo
E tenta mudar outras coisas
Como o egoísmo em demasia
Se acha que atitude é agressão
Vai estudar
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Fura-bolo
Acabei de lembrar de um aniversário que fui quando era criança. Era a festa de uma colega de colégio em um clube na beira do Rio Uruguai, em Uruguaiana. Era inverno.Não lembro de muitas cenas não, pois realmente faz muito tempo. Mas uma coisa que não me sai da memória: foi a hora que , após todos terem cantando o "Parabéns a você", alguém enfiou o dedo no merengue do bolo da aniversariante. A reação foi bem recebida por todos na festa, adultos e crianças. E todos começaram a colocar o dedo indicador no bolo de aniversário e depois se deliciar com o gosto doce.
Para mim, foi de fato, muito divertido. Mesmo criança nunca havia feito isso no bolo de aniversário!
No filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulin" a protagonista da história tem a mania de enfiar suas mãos nos sacos de grãos de uma feira de frutas. Na narração da película falam que isso faz bem à Amélie. E só de olhar aquela cena , me senti bem. Afinal, sou suspeita, porque acho o filme uma verdadeira gracinha. Ele mostra as coisas pequenas e sutis da vida, mas que na verdade são as mais importantes. As peculiaridades do cotidiano.
E você? Nunca brincou com "massinha de modelar", massa de pão crua? Fez bolinhos de queijo? Mexeu com argila?
Está entediado? Então coloque a mão na massa, da forma que quiser...
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Manecos, Fumecos, Fa-me-cos
Bom, mas continuando, lá estava eu, com meu nariz vermelho de frio, minha calça de veludo rosa e meu celular. Acabara de ligar para a Rafa para fofocar sobre eu mesma. E acabara de desligar o telefone e ver a minha faculdade e os alunos de Turismo, PP, RP e jornal de longe.
E foi com esta visão "de fora" que comecei a obeservar as figuras: os fumantes, os cabeludos, os sobretudos, os piercings, os normalzinhos, as patys, os de óclinhos, os de nariz vermelho como os meus! Nossa quanta gente esquisita tem nesta Famecos! Por que eu , tão normalzinha quis entrar neste "antro", como diria a minha mãe? Acho que eu gosto de coisa estranha mesmo, dos autistas, dos músicos, dos pseudo-políticos, dos pseudo-heteros, dos looks, do estilo famequiano de ser. Mas uma coisa me desapontou.
Achava que a Faculdade de Comunicação ia ser a mais comunicativa. Pensara eu, com a minha incrível ingenuidade que ao entrar na "facul" ia ter uma turma de amigos inseperáveis, que eu faria muuuuuuuita festa e que falaria com todos os tipos de tribos. Mas nada disso aconteceu. Santa inocência! Na Famecos é todo mundo estrelinha! Lá estão os que queriam de alguma forma aparecer. Há negócio mais cobiçado que a mídia? Todo mundo quer estar nela. Mesmo não conhecendo tanta gente quanto gostaria nos corredores, escadas e salas da Famecos, vi de tudo.
Guri achando que estava vivendo nos anos 60, usando cabelinhos estilo Beatles e terninho. Criando bandas que tocavam algo que quase chegava perto do estilo musical daquela época. Guria que achava que viraria cantora um dia, hippie dançando e cantando "rarecrixina, rare, rare", gente trocando de estilo, de corte de cabelo, de cor de cabelo. Conheci o professor mais fofo do mundo e até o mais arrogante. Vi gente querendo mudar a história daFamecos através de protestos de todas as formas. Sonhadores, preguiçosos, distraídos, chatonildos, bixos, veteranos, mocaccinos, tudo eu vi na Famecos.
Muitos destes , viram que ali não era o melhor lugar para o estrelismo e seguiram outros caminhos: teatro, cinema, direito, concursos, gastronomia. Outros se deram conta que para aparecer é necessário antes ter competência. Outros ainda nem se deram conta, estão lá fumando ou aprendendo a tragar, talvez usando drogas mais fortes como LSD e batendo no ombro de um colega , com sua calça justa e cabelo repicado, para contar ao cara ao lado qual a o significado do nome da música Lucy in the sky with diamonds...
Inimiga
Olho para o teto e a persiana do quarto e fecho os olhos. Durmo mais uma hora. Acordo de novo, pego o relógio na mesinha ao lado. São 11h da manhã. Mas ela não me deixa levantar.
Tenho que levantar, mas ela é mais forte que eu. Ela diz: "Fica aí , lá fora faz 5 graus". Eu digo: Mas eu preciso levantar, tenho pouco tempo. Ela não me ouve: "Aproveite o momento, não está bom nesta cama"?
Eu ajeito o travesseiro e fecho os olhos novamente. Agora são 13h, abro os olhos, já não agüento mais estar deitada. Eu quero levantar, fazer o que tem que ser feito, a rotina diária. Mas ela é envolvente, convincente, impertinente...
Levanto e falo: "Sai, Preguiça, preciso trabalhar"!