segunda-feira, 4 de junho de 2007

Manecos, Fumecos, Fa-me-cos

Estava voltando da biblioteca da PUC e indo em direção ao prédio 7 da PUCRS. Já de longe ouvia o som da Frqüência Simulada, um programa da RadioFam, a rádio da Faculdade de Comunicação Social que simula uma rádio "de verdade", mas é uma rádio de mentira, pois ela não tem freqüência. Só o saguão do prédio 7 pode escutar os diversos programas de rádio produzidos e apresentados pelos alunos de jornalismo.

Bom, mas continuando, lá estava eu, com meu nariz vermelho de frio, minha calça de veludo rosa e meu celular. Acabara de ligar para a Rafa para fofocar sobre eu mesma. E acabara de desligar o telefone e ver a minha faculdade e os alunos de Turismo, PP, RP e jornal de longe.

E foi com esta visão "de fora" que comecei a obeservar as figuras: os fumantes, os cabeludos, os sobretudos, os piercings, os normalzinhos, as patys, os de óclinhos, os de nariz vermelho como os meus! Nossa quanta gente esquisita tem nesta Famecos! Por que eu , tão normalzinha quis entrar neste "antro", como diria a minha mãe? Acho que eu gosto de coisa estranha mesmo, dos autistas, dos músicos, dos pseudo-políticos, dos pseudo-heteros, dos looks, do estilo famequiano de ser. Mas uma coisa me desapontou.

Achava que a Faculdade de Comunicação ia ser a mais comunicativa. Pensara eu, com a minha incrível ingenuidade que ao entrar na "facul" ia ter uma turma de amigos inseperáveis, que eu faria muuuuuuuita festa e que falaria com todos os tipos de tribos. Mas nada disso aconteceu. Santa inocência! Na Famecos é todo mundo estrelinha! Lá estão os que queriam de alguma forma aparecer. Há negócio mais cobiçado que a mídia? Todo mundo quer estar nela. Mesmo não conhecendo tanta gente quanto gostaria nos corredores, escadas e salas da Famecos, vi de tudo.

Guri achando que estava vivendo nos anos 60, usando cabelinhos estilo Beatles e terninho. Criando bandas que tocavam algo que quase chegava perto do estilo musical daquela época. Guria que achava que viraria cantora um dia, hippie dançando e cantando "rarecrixina, rare, rare", gente trocando de estilo, de corte de cabelo, de cor de cabelo. Conheci o professor mais fofo do mundo e até o mais arrogante. Vi gente querendo mudar a história daFamecos através de protestos de todas as formas. Sonhadores, preguiçosos, distraídos, chatonildos, bixos, veteranos, mocaccinos, tudo eu vi na Famecos.

Muitos destes , viram que ali não era o melhor lugar para o estrelismo e seguiram outros caminhos: teatro, cinema, direito, concursos, gastronomia. Outros se deram conta que para aparecer é necessário antes ter competência. Outros ainda nem se deram conta, estão lá fumando ou aprendendo a tragar, talvez usando drogas mais fortes como LSD e batendo no ombro de um colega , com sua calça justa e cabelo repicado, para contar ao cara ao lado qual a o significado do nome da música Lucy in the sky with diamonds...

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