segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O realismo estampado num filme


Há filmes que não são de todo bons nem ótimos, mas que valem a pena serem assistidos, seja pelos seus diretores, sua fotografia, trilha sonora ou atores. Para mim, se algum desses ingredientes mandar bem na película, já está valendo. Mas não foi bem isso que aconteceu quando assisti “Margot e o Casamento” do diretor Noah Baumbach (2007).
Durante os 95 minutos do longa-metragem, era difícil se familiarizar com aqueles personagens frustrados, aqueles adultos inseguros e infantis. Ao longo da trama, ia me dando conta que o que dizia na sinopse, atrás da capa do DVD, não tinha nada a ver com o que imaginara. Quando aluguei “Margot e o Casamento” achei que o filme contaria, de uma forma doce e prazerosa, a relação de duas irmãs que não se viam há tempos. Que nada, que erro.
Duas irmãs se reencontrarem na casa onde moraram quando crianças e que uma delas morava atualmente com o futuro marido. Ambas se dão bem em partes. Quando Margot (Nicole Kidman) está a sós com seu filho (Zane Pais), fala mal da irmã e dedura a mesma ao adolescente. O futuro marido de Pauline, Malcolm (Jack Black) é um artista frustrado, que não sabe o que quer da vida e parece mais uma criança sonhadora. Pauline (Jennifer Jason Leigh), por sua vez, é insegura e fica incomodada com os comentários maldosos da irmã sobre seu futuro casório. E assim, o filme se desenrola mostrando o relacionamento entre familiares.
A cena que mais me chamou a atenção é quando Margot critica gratuitamente seu companheiro filho, fazendo-o chorar. Noutra cena, mais adiante, a mesma diz que naquele momento em que o criticou nunca havia o amado tanto.
O filme não era nada do que eu pensava, tampouco algo doce e prazeroso. Mas segui até o final, vendo Kidman num personagem nada glamourioso como os de costume. Sua personagem é uma escritora controladora e neurótica.
“Margot e o Casamento” mostra a condição humana, as fraquezas de um modo nada dramatizado. As relações familiares tais quais elas são, com seus altos e baixos. Num dia-a-dia que mal percebem o quanto se amam. E foi exatamente isso que achei interessante na película, a sua realidade exacerbada. Tudo tão verdadeiro, quando a arte realmente imita a vida.

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