sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dezembro: o lado ruim de Porto Alegre


Voltei há pouco mais de um ano de Porto Alegre, onde morei seis anos na época da faculdade. Volta e meia me pego recordando da capital gaúcha, a qual eu aprendi a gostar e amar aos poucos, enquanto ia conhecendo os milhares de lugares e pessoas especiais. Até hoje telefono para amigas que fiz por lá, amizades que guardo no fundo do peito, pois estas sim conheceram, a Priscila como ela é, não a filha do fulano, neta do ciclano, a que estudou em tal colégio ou aquela que dançava jazz em tal lugar.
Para ser sincera, eu lembro quase todos os dias desde que voltei para cá da minha vida em Porto Alegre, momentos de descobertas, estudos, crescimento, divertimento, quebra de paradigmas, um mergulho num mundo novo, totalmente desconhecido até então. Muitas vezes eu resmungo que tenho saudade das festas de lá, dos amigos, do burburinho, dos eventos culturais e sociais que preenchem aquela cidade e enchiam minha cabeça de criatividade e minha mente de pensamentos.
Mas de uma coisa eu não tenho saudade de lá, do mês de dezembro. Além do clima quente, a cidade ficava mais vazia e violenta. Época de natal sabe como é, todos querem garantir um presente para a família, é claro. Inclusive quem não tem condições de comprar algo. Recordo que me sentia insegura ao andar pelos shoppings e ruas porto-alegrenses neste mês. Os jornais estampavam notícias e fotos sobre assalto a bancos, joalherias e outros setores do comércio. Com certeza a cidade ficava mais violenta que no resto do ano.
E este sentimento de insegurança se misturava ao sentimentalismo que recai sobre nós nestas datas comemorativas. Tudo isso, mais a vontade de mudar esta situação de diferença social de nosso país, que faz com que os menos favorecidos apelem para assaltos e violência. Realmente o mês de dezembro na capital era tenebroso. Já os outros, eu guardo com enorme saudade e maravilhosas lembranças.

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