sexta-feira, 6 de julho de 2007

Nena

Daqui algumas horas estou indo para minha cidade natal, Uruguainha, fronteria com a Argentina. Cidade com cerca de 200 mil habitantes, onde a base econômica é a pecuária, opa.... peraí! Isso está parecendo assunto de jornalista. Influências da labuta diária...

Então, hoje vou para passar o final-de-semana por "Uruguacity", por causa dos 90 anos da minha bisavó. A família resolveu fazer uma festa para comemorar esta data importantíssima.

Izaltina Gonçalves Silveira é uma raridade, superou os acontecimentos, as mortes de outros familiares, a vinda para cidade (passou a infância no campo), a mudanças do século e continua lá nos Pampas, firme e forte. Ela deve ter um metro e meio de altura, e me confessou que não esperava chegar a esta idade. "Quando eu era jovem eu sempre falava que não queria chegar a tanta idade". mas chegou! Aham, a vida lhe aprontou esta, e mesmo deparando com o rosto cheio de rugas, marcado pelos anos de vida e pela experiência, não reclama.

Está sempre tranqüila, no máximo resmunga, mas nunca vi ela perder a cabeça, ser grosseira ou algo do gênero.

Um dia Nena, como é chamada, me mostrou seu album de fotografia, com fotos de seus pais e seu marido, que se foi há tempo, e nem conheci. Ela mostrava cada fotografia e ia me contando como se tivesse sido ontem aquilo tudo. Ela demonstrou grande orgulho e amor pelo marido, e fiquei ali admirando ela narrar sua vida através das fotos. Acho que ela também gostou de relembrar os velhos e bons momentos e me surpreeendi como ela guardava na memória tantos acontecimentos antigos com brilho no olhar e como era intenso os sentimentos dela pela família e marido.

Não sei se tem uma fórmula para viver bastante, mas vejo que os que chegam na casa dos 90 e 100 como Dercy Gonçalves, chegam porque tinham que chegar, não fizeram grandes esforços para isso. Apenas viveram sem se preocupar com o dia de amanhã.

Parabéns Vó Nena, pelos 90 anos!

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