Nós estávamos no nosso quarto da casa da praia, casa simples, mas é uma casa pelo menos. Mal cuidada, praticamente abandonada pelo o dono. Meu pai nunca mais foi para lá desde que se casou com a Martha. Mas continua sendo uma casa.
Nem sala a casa tem, os azulejos do banheiro estão caindo, o teto do quarto está despedaçando, mas é casa ainda. Os móveis estão velhos, necessitam de uma troca ou de um reparo. O canteiro está feio, algumas flores resistem a falta de atenção de seus proprietários. Mas continua sendo casa.
Pâmela eu eu estávamos no nosso quarto desta casa, onde tem dois beliches e uma cômoda com um espelho separando as camas. Duas cadeiras de madeira, uma janela e nada mais. Nada mais?!
O quarto no qual estávamos tem lembranças, mesmo com a lâmpada estragada que só acende quando quer, mesmo fazendo parte de uma casa aos pedaços, ele continua sendo quarto. Eu e Pâmela quando entramos naquela peça da casa, temos muitas recordações. De tudo o que já vivemos ali, várias fases de nossas vidas. Quando criança com nossos pais, só com o pai, quando ele já havia separado da mãe. Com a empregada e seus netos. Com as amigas. Com os namorados. Muitas risadas e fotos naquele quarto. Muitas roupas e bijuterias também.
Mas neste dia estava apenas eu e a Pan no quarto vazio, com colchões rasgados e fechaduras enferrujadas. Porém eu e a Pan enxergamos muito além daquele quarto vazio e empoeirado.
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