domingo, 12 de julho de 2009

Adeus, Michael


Quando soube da morte do cantor Michael Jackson, pensei apenas na perda de um artista em decadência, com aparência bizarra e comportamentos esquisitos, como construir um parque de diversões no pátio de casa e fazer inúmeras cirurgias plásticas até tornar-se quase irreconhecível. Mas ontem, assistindo ao funeral realizado no ginásio Staples Center em Los Angeles, vi o outro lado da moeda, quando sua irmã Janet Jackson disse comovida: “Para vocês, Michael era um ídolo, para nós, família”.

Irmãos, amigos, artistas e colegas de profissão proferiram discursos sinceros e emocionantes em homenagem ao rei do pop, revelando as outras facetas do astro, o amigo, o colega, e inclusive o pai Michael. A filha do artista, Paris, de 11 anos se pronunciou no final do evento. “Desde que eu nasci ele foi o melhor pai que se poderia imaginar”, disse a menina aos prantos. “Pai, eu te amo”, completou. Daí já não era mais ela chorando, era eu e mais milhares de pessoas que assistiram ao funeral pela TV ou pela internet ontem em centenas de países.

O mundo parou para assistir à despedida, que ocorreu no mesmo local aonde Michael iria se apresentar através de uma turnê mundial. A apresentação que o cantor ia realizar naquele estágio deu lugar a outro show, de maior audiência, porém mais triste. Triste não só pela perda do melhor executor do passo conhecido como “moonwalk”, do primeiro artista afro-americano a aparecer em clipes na televisão ou do compositor da música “We are the World”, feita para arrecadar dinheiro para uma campanha contra a fome na África. O mundo chorou não só pela perda do cantor de um dos álbuns mais vendidos até hoje, o “Thriller” ou pela perda do caçula, porém líder da banda Jackson Five.

O mundo derramou lágrimas pelo fim de uma vida de altos e baixos, de glória e de dor, de fama e mistério, de luz e escuridão, ou seja, de uma verdadeira incógnita que foi Michael Jackson.